Swift x Spotify

Taylor-Swift-Shake-It-Off-Music-Video-as-Hipster-Nerd-1989-First-Pop-Album

A decisão da Taylor Swift de tirar todas suas músicas do Spotify semana passada me pegou de surpresa não só por ser polêmica, mas pela primeira vez uma música da minha playlist tinha ficado cinza.

Tentei analisar bem os dois lados da moeda, e apesar de entender um pouco o lado da artista, não concordo com a atitude e não vou apoiar.

Dizem alguns bastidores que a Taylor não concorda é com o produto “free” do Spotify (tanto é que ela não retirou suas músicas do Rdio, Beats ou Google Music). Nesse ponto eu até me simpatizo. A receita de ads é muito pequena quando comparada com a de um assinante, e todo mundo perde com isso – a empresa, o estúdio e o artista. O modelo de assinante é muito mais rentável. Eu gostaria que o Spotify tivesse aceitado o pedido dela de retirar somente da parte free, seria um teste, mas isso seria uma bagunça para seus clientes. Não foram flexíveis.

Mas aí então a Taylor retira todos suas músicas do maior serviço de streaming do mundo. Aquele que, na Europa, já paga mais pros artistas que o iTunes. Ninguém tem dúvida que “1989” já é um sucesso e vai ser mais ainda, e com isso Taylor vai perder milhões e milhões de dólares de receita que teria do Spotify. 16 dos 40 milhões de usuários do Spotify já tocaram Taylor Swift. Ela não foi flexível.

Eu acredito muito no modelo de negócios de streaming. Dois fatores que eu vejo no argumento dela sobre “remuneração baixa”: 1) quanto mais o serviço crescer, maior será a receita de todo mundo. A torta ainda é pequena pro potencial que tem. 2) Quem “ferra” mais com o artista é o contrato da gravadora, e não o do Spotify.

Se realmente as vendas do novo albúm aumentarem por não estar no Spotify, isso vai abrir um precedente muito perigoso pra já difícil indústria da música. Eu torço muito pra que isso não aconteça, pois isso coloca em risco todos os serviços de streaming, o único canal da indústria que cresce. Porém, como eu disse, minha playlist tem um música cinza, e se eu comprar no iTunes eu vou simplesmente contribuir negativamente para o efeito que a Taylor quer causar.

Como protesto, “baixei” a música (primeira vez desde 2007). Shake it off, Taylor.

UPDATE: depois de uma boa conversa com uma colega que admiro muito, resolvi protestar de outra forma. Apaguei a música “baixada” e assinei um segundo serviço de streaming. Assim eu contribuo melhor para a indústria.